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quinta-feira, 10 de março de 2011

Pequenas alucinações.

      Ondas quebravam na areia avermelhada da praia, onde um garoto franzino contemplava a fastuosa enseada, despertando sentimentos até então comprimidos e rejeitados.
       O garoto de pele alva e expressões tácitas era dono de pensamentos distantes, tão inalcansáveis que nem o mais magnífico dos anjos seria capaz de lê-los ou decifrá-los.
       Noite passada, tivera um sono conturbado. Sonhara com uma bela moça que lhe era desconhecida.Fora tão rápido como flashs, no entanto, guardara o inócuo brilho daqueles olhos azuis, que desfocaram todo o resto do filme,tornando-o apenas um poço de imagens vacilantes.
       Uma estranha aparição emergira das águas pacíficas, contudo, o garoto, sem demonstrar o mais fino risco de perplexidade, formou um sorriso em seus lábios ressecados, enquanto fitava aquela figura, que agora lhe era tão familiar, andando suavemente por sobre as águas em sua direção.
       Um fraco feixe de luz atingira os olhos daquela personificação feminina, ressaltando seus orbes azuis cintilantes, que acenderam uma pequena chama de esperança no garoto.
       A tão familiar figura aproximou-se dele; tão perto que fora capaz de roçar-lhe os lábios.
       Movendo a boca, tão graciosamente que podia assemelhar-se a um melódico canto, ela proferira:
      “O poder de realizar seus sonhos você possui, basta acreditar na mais pura luz”
        E tão repentina quanto surgira, sumiu, deixando para trás apenas um risco etéreo de luz.
(Valéria Coelho)

P.s: Eu redigi esse pequeno "conto" hoje (na sala de aula) no meu tempo livre. Achei interessante postá-lo, não como uma paródia ou um conto com final conclusivo, mas algo reflexivo, no entanto pode gerar díspares explicações.

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