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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Contos de Russemontes: 1ª história

        Jovem menina, aquela que acabara de adentrar no parque, andou pelas extensões sombrias e escuras do mesmo. O que uma garota queria ali, naquele lugar tenebroso, aquela hora? Eu não sabia, e acho que ninguém nunca entenderá. Mentes de jovens são tão facilmente manipuladas, mudam de opinião em uma rapidez impressionante, porém são tão difíceis de entender.
        Sorrateiramente, alguém se aproximava da jovem menina, quem? Eu não sabia, eu não conseguia identificar quem fosse; eu nem ao menos consegui identificar como um humano. Sua áurea era tão negra, que até sua sombra perdia-se em sua escuridão; um sorriso perverso brotava no rosto daquele que ninguém conhecia; que ninguém nunca havia ouvido falar.
       A menina já começara a cantarolar enquanto passava pelo estreito caminho do parque, que era iluminado pela falha luz dos postes; talvez fizesse isso como forma de se acalmar, talvez temesse algo macabro proveniente daquele lugar; mal sabia ela, coitada, que estava totalmente certa.
     Há pouco ouvira finalmente passos próximos, ela começara a correr, desviando-se dos galhos e das árvores, alguns chegavam a fazer pequenos cortes em seu rosto e em todo seu corpo, fiapos de sangue eram visíveis na menina; mas ela ligava? Não, claro que não. A menina não escondia o pânico, sua respiração estava ofegante e suas pernas começaram a falhar, a doer, mas ela não dava à mínima; o único pensamento em sua cabeça era o de sair dali.
       O ser bizarro e demoníaco não podia ser avistado por Alícia, sim, esse era o nome da menina. Ele andava, voava, galopava, eu não sabia ao certo o que ele fazia, mas suponho que não seja nenhuma das opções citadas. Os passos puderam ter sido ouvidos, mas não significava que a aberração ainda usava as pernas para perseguir Alícia. Agora, sua velocidade parecia ter dobrado cem vezes, parecia que se locomovia na velocidade das sombras, viajando pelas sombras.
      Perguntas ecoavam na ingênua mente de Alícia; porque ela? O que ela havia feito? Mas eram somente perguntas das quais ela não teria a resposta; talvez fora sorte, ou no caso, azar. Ela apenas estava no lugar errado e na hora errada... Não, não era só isso, havia algo mais. Um ser desse nível não se arriscaria em sair de suas cavernas e tocas imundas e obscuras por uma simples menininha, um simples humano, logo um tão novo.
      A saída já podia ser vista por Alicia, em um último esforço, apertou o passo, acelerou seu ritmo. Um alívio já tomava conta de sua mente, de seu corpo; a luz, apesar de fraca, da rua aumentara o sentimento, e quando já botara os pés na saída do lugar, fora puxada novamente para aquele túnel escuro. Um último ruído foi deixado por Alícia, um grito, esse que ecoou pelas ruas adjacentes ao bosque, que acordou crianças e despertou... Algo mais.
       Viver nas sombras... Ocultos, solitários.
       Sentiam a presença de várias pessoas, vários animais... Vários seres, embora não pudessem partilhar de sua companhia. Não. Não podiam mesmo. Seu instinto era atacar qualquer um que se aproximasse deles. Aparentemente, pareciam humanos normais; claro, porque usavam um feitiço para isso, mas sua verdadeira aparência era repugnante; nem as mais férteis mentes conseguiam imaginar e, nem as mais fortes podiam aguentar a visão de um demônio. Alguns enlouqueciam, outros se matavam, não fazia muita diferença do que acontecia, mas eram muito raros os que sobreviviam sem nenhum dano físico ou psicológico.
        By: valéria c.

2 comentários:

Anônimo disse...

ah adorei seu contoh parabens :)

max disse...

qria saber como eram ._.

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