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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Pain

       Ali estava eu, sozinha, sentada em meu telhado com meu companheiro eterno, meu violão. Sim. Vocês leram corretamente quando mencionei telhado e, violão como companheiro eterno. Talvez pareça idiotice de primeira, de certa forma até eu chego a pensar isso. O fato é que aqui estou sobre minha casa em Vancouver, Canadá; pensando em maneiras de como sobreviver ao primeiro dia de aula e em como conseguir passar de ano sem que eu tenha de virar uma grande nerd. Nada contra nerds, mas eu não daria muito certo como uma. É um hábito estranho, uma mania, talvez, ficar horas no telhado de casa, tocando algumas músicas e refletindo sobre coisas talvez inúteis; mas é, eu sou assim. Não, eu não fico pensando somente em escola, até porque seria chato e eu entraria em depressão antes que minhas provas começassem. Na verdade, minha vida não é uma coisa muito interessante, ela é normal, chata e bem perigosa, por assim dizer. Claro que perigosa! Estou encima de meu telhado, quando está fazendo -18°C! Ás vezes, eu vinha apenas para tocar, deixar que a melodia fluísse. É como se fosse um refugio ou algo semelhante. Acredite, eu preciso de um lugar assim. Meu quarto seria um ótimo lugar, mas é tão solitário; Sinto-me tão sozinha ali. Não que eu esteja na companhia de alguma coisa com vida em meu telhado, eu somente gostava de observar o céu estrelado, embora fosse coberto pela forte neblina.
          É impressionante como consigo me perder na beleza da natureza, tão viva, tão inocente e tão desgastada pelo homem. Parece tão injusto, mas o mundo hoje em dia é assim, não é? Nós, adolescentes, pensamos na maioria assim. Mas a verdade é que, nem sempre o mundo é tão injusto quanto parece ser. As pessoas reclamam o tempo todo de sua vida, das coisas mais simples e mais bobas. Mas no momento que piora a situação, elas percebem o quanto eram felizes e não sabiam. Mesmo que alguém deseje apenas ser feliz, o humano em si, já quererá mais. Humanos são seres egoístas, seus instintos almejam sempre o melhor. É um repugno horrível.  Mas quem sou eu para falar em sofrimento, não é?
          Eu sou Emi Harris, tenho 16 anos. Sou órfã. Há 2 anos atrás, eu e minha família sofremos um grande acidente de carro; no total morreram 23 pessoas, fora um acidente que ficara marcado na mente de todos aqueles que sobreviveram,  que na realidade, fora somente eu. Fui a única sobrevivente daquele trágico dia. Assisti à vida de várias pessoas sumirem em um piscar de olhos. Tive de frequentar vários psicólogos por esses dois anos, quando na verdade eu queria somente voltar a ser feliz. Antes eu vivia reclamando dos meus relacionamentos mal-resolvidos, dos meus amores perdidos, da minha escola, da minha vida! Eu era completamente ingênua e promíscua. Agora, eu deixo as reclamações de lado e, tento seguir em frente sem olhar para trás, sem fraquejar. Como viram inicialmente, eu tento viver normalmente, eu tenho certeza que meus pais quereriam isso.
         Talvez a dor seja o modo de trazermos a humanidade que temos dentro de nós, que apenas estivera perdida, sem forças.
By: Valéria c.

1 comentários:

Unknown disse...

Adorei

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