
Chegara a um belo parque, cuja paisagem mostrava-se tão perfeita que transparecia-se, de certo modo, suspeita.O belo e grande lago centralizado no lugar era surreal. Suas águas divergiam-se dos outros lagos da pequena cidade de Dupont, eram negras e reluzentes. Catherine aproximou-se lenta e suavemente até o banquinho de pedra que costuma sentar, ele encontrava-se ás margens do lago que fora batizado há uns sessenta anos de Lago das águas indomáveis. Um paradoxo, claro. Já que suas águas eram sempre calmas, embora em alguns momentos encontravam-se ásperas e cheias de raiva.
A jovem menina parou em frente ao tal banco, desviando o olhar para o alto para que pudesse ter uma visão da linda e viva cerejeira que nascera ao lado daquele pequeno objeto antigo. Ela soltou um longo suspiro, fechando os olhos e em seguida jogara a cabeça para trás para que pudesse sentir a brisa passeando pelos seus cabelos e acariciando de leve sua pele.
-Está tarde. O que fazes aqui? – Uma voz soou firme e suave, tirando Catherine de seus pensamentos.
-Eu que deveria estar lhe perguntando isso, Philip. – A menina pronunciou asperamente, revirando os olhos. – Além do mais, o que tens a ver com minha vida?
-Há alguns dias, estavas declarando-se para mim. – O garoto de aparência jovem pronunciou-se, aproximando-se da garota e pousando a mão dele no rosto delicado da menina. – Só venho dizer que agora é recíproco.
-Idiota! Isso que és! – Catherine soltou uma risada amarga, porém suave. Pegou na mão do garoto, jogando-a para longe de si. – Não achas que se deu conta disso tarde demais? Ora não me venhas com pedidos e palavras! Eu cansei, Philip. – Ela finalizou, afastando-se.
Por um momento, os dois ficaram calados, apenas observando-se. Como se estivessem conversando por meio de olhares. Uma forte brisa passou, percorrendo por entre as roupas e os cabelos dos dois. As expressões de Catherine eram inflexíveis; a menina parecia convicta, porém amargurada. O garoto era dono de feições leves, embora estivesse sério. Ele aproximou-se mais da garota; ela hesitou, afastando-se. Em um ato imprevisível, o garoto toma Catherine em um beijo; a menina relutara, mas ele era mais forte; enfim, ela conseguiu soltar-se, porém não tivera tempo de pronunciar-se.
-Isso pode significar um começo ou um fim. – Philip tomara a palavra, enquanto encarava as feições agora de perplexidade da jovem garota à sua frente. – Cabe a você decidir.
Ele finalizou, arqueando uma sobrancelha. Catherine fez o movimento para pronunciar-se, porém Philip havia sido mais rápido. A presença do garoto já não pertencia àquele lugar. Ela abaixou o olhar, soltou um longo suspiro, abrindo em seguida um pequeno sorriso de lado. “Não conseguirás, Philip!” –Catherine murmurou para si mesma.
By: Valéria c.
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