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domingo, 12 de dezembro de 2010

Contos de um acampamento

        Há um tempo, não recordo-me muito bem, lembro-me que minha família mandou-me para um acampamento. Quando soube, pensei em desistir; eu não estava em clima para saídas, muito menos para acampamentos; mas como minha mãe faria de tudo para que eu fosse, então logo preparei-me para a viagem. O lugar não ficava muito distante da cidade onde eu morava, que no caso não vale a pena ser mencionada. A viagem durou exatamente três horas, eu estava exausta. Saí do ônibus e logo dirigi-me para meu dormitório. Pulando partes introdutórias e, de certa forma, inúteis, vou direto ao ponto, contar-lhes o que aconteceu.
         No primeiro dia de atividades, conheci uma garota, seu nome era Alice, Alice forks. Tecnicamente, foi ódio a primeira vista. Essa menina odiava-me de todos os jeitos possíveis. Não perguntem-me porque, afinal eu não saberia como responder. De primeira, tive o certo pressentimento que ela era louca, mas logo decidi que era apenas uma menina insuportável, o que não deixada de sustentar a minha hipótese de louca, mas tudo bem. Digamos que éramos rivais em exatamente tudo. Não que eu a odiasse também, aliás, eu não tinha nada contra ela; mas eu é que não iria aguentar provocações de uma garota mimada. Devo dizer que, em algumas dessas competições entre nós duas, o resultado para a pequena Alice não era positivo, o que não aumentava o sentimento de agrado dela por mim.
       Em um dos últimos dias do acampamento, eu a encontrei perto do pequeno lago próximo aos dormitórios, porém não ouvi as provocações diárias. Aproximei-me de Alice e, ela estava em prantos, desolada e tristonha. Logo que ela percebeu minha presença, xingamentos pareciam sair involuntariamente daquela provável boca suja dela. Ouvi muito ali, algumas “expressões” eram até novas para mim, tenho certeza que ela chegou a inventar algumas. Mas eu apenas sentei ao seu lado e murmurei, com um tom desajeitado e calmo: “Ora, xingamentos. Adoro isso, continue”. Após isso, Alice permaneceu calada, encarando o nada em sua frente, enquanto eu podia sentir o ódio correndo em suas veias tanto por mim, tanto pelo motivo que a fez ficar naquele estado. Eu apenas a acompanhei, encarando o nada; mas devo dizer que fiquei entediada. De certa forma, eu já imaginava o que poderia ter ocorrido com Alice; Comecei então a narrar à menina ao meu lado, algumas histórias e experiências semelhantes que ocorreram com a pessoa que narra este pequeno conto. Logo, nossa amiga Alice começou a se soltar e desabafou. Devo ressaltar que, ela realmente precisava disso.
        No final, ela murmurou com o tom ainda abafado: “Porque fez isso? Eu te odiava, faria de tudo para vê-la no chão. Além do mais, somos rivais, competimos.” Eu apenas respondi: “Competição pode ser saudável, ódio não. Lembre-se disso. “Apesar de saber que, depois da conversa ela não estava totalmente recuperada, eu tinha certeza que ela ficaria melhor com o tempo.
by: valéria c.

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