O pôr-do-sol formava-se, belo e romântico, ao longe. Tons alaranjados preenchiam os céus e refletiam-se nas águas do lago Dupont. A relva existente às proximidades do lago era verde e aparada, porém não tão rala. Algumas árvores, altas e belas, compunham a paisagem.
Sentado em um grosso galho da árvore, localizada às margens do lago, Hector observava a paisagem, porém seus pensamentos estavam longínquos, distantes. Seu olhar estava perdido em seus devaneios.
-É Lindo, não acha? – Uma voz soou leve e doce.
Hector reconhecera tal voz. Reconheceria em qualquer lugar. Ele, relutante, voltou seu olhar para baixo, onde, próxima ao lago, Rose focava sua atenção nas águas, azuis e resplandecentes, de Dupont.
-O que fazes aqui? – Murmurou frio, contudo, tal frieza saíra forçada.
-Quero saber, Hector. – Ela pronunciou leve, voltando seu olhar para o anjo. – Porque fizestes aquilo? – Questionou.
-Eu já mencionei os meus motivos. – Apertou os cílios, respondendo, mas sem atrever-se a olhar para a vampira.
-Não tente enganar-me. - Rose revirou os olhos, suspirando. - Pois o lado vencedor, visivelmente, não era o meu. – Encarou o amigo.
Hector observou o horizonte alaranjado por alguns segundos, abaixou o olhar e soltou uma baixa risada, semelhante a um suspiro. Ele levantou a cabeça e, balançando a cabeça negativamente, encarou a vampira.
-Quer, realmente, saber por que eu te ajudei? – Hector questionou, elevando o tom de sua voz, enquanto se punha de pé no galho da árvore e, pulando da mesma, dirigia-se em direção a rose. –Quer saber por que eu me exaltara, pela primeira vez na minha vida, daquela forma ao saber que, você, Rose, me traíra descaradamente?! – Ofegante, ele sibilou. – Quer saber o porquê de apenas um olhar seu causar-me sensações que, até então, eu não sentira?! – Aproximou-se mais da vampira, até que estivesse tão próximo da mesma, que suas respirações pudessem ser ouvidas e sentidas pelos dois. – Você é uma vampira... Tentei odiar-te com todas as forças, mas esse ódio não conseguiu suprimir, nem por um segundo – Ele hesitou, abaixando o olhar, mas expirou pesadamente, voltando a encarar os orbes negros a sua frente. -, a intensidade do meu amor por você.
Incrédula e surpresa, Rose encarava o belo e charmoso anjo em sua frente. Pensara, por um momento, em desmentir e negar todas as palavras ditas por Hector, mas... Algo a privara das palavras. Na verdade, queria estar ali, embora não soubesse o porquê. Será que retribuía tais sentimentos? Mas Hector a tratava com tanto desprezo que ela não conseguira descobrir ao certo o que nutria pelo anjo. Mas eram, naquele momento, apenas hipóteses que rondavam a mente da jovem vampira.
Hector entendeu o intenso silêncio de Rose como um estado de indecisão. E, então, para destruí-los, ele pousou delicadamente uma das mãos na nunca da sua amada, e tocou, levemente, seus lábios nos da vampira e, percebendo que a mesma não hesitara nem resistira, a tomara em um verdadeiro beijo.
E, assim, qualquer risco de dúvida sucumbira naquele instante.
- Somos totalmente opostos... – Rose murmurou temerosa.
-Nem tanto. – Hector deu de ombros, abriu um pequeno sorriso de lado e encarou a vampira. – Ah, vamos lá. Você nem é tão demoníaca assim, e eu não chego perto de ser um anjo divino. – Finalizou debochado, arqueando uma sobrancelha.
Rose soltou uma risada baixa e reconfortante. Ela, então, lançara um olhar furtivo a Hector.
-Como... – Rose hesitou – Como foi que tudo isso começou? Esse sentimento? – Apertou os cílios.
Hector encarou o nada em sua frente, com os pensamentos distantes, como se relembrasse o momento que buscava em sua mente e, começou a narrar:
-Esse sentimento nascera desde aquele dia, no parque, onde nós nos conhecemos. Você acabara de se transformar em vampira e estava em prantos. – Hector abaixou o olhar. – Primeiramente, eu queria brincar com você, usá-la, apenas um jogo, abusar de sua fraqueza e ingenuidade; mas – Deu uma breve pausa, voltando a encarar algo a sua frente. – no momento em que encarei seus orbes, e pude usufruir daquele seu olhar desolado, tristonho, mas, ao mesmo tempo, carinhoso e confortador, eu senti meu corpo pesado, senti minhas forças se esvaírem. – Ele soltou uma risada leve, porém amargurada. – Depois, quando eu comecei a suspeitar dos meus sentimentos, tentei recusar essas sensações, me recusava a tornar-me tão vulnerável. – Olhou de soslaio para Rose. –Desde então, Minha meta principal tem sido tratar-lhe, em todas as situações, de forma fria, vazia e arrogante.
-Nossa... – Rose murmurou.
-O quê? – Hector virou-se para a garota.
-Você era idiota naturalmente? Ou você se esforçava para tal? – Ela revirou os olhos, bufando.
-Mas está tudo em ordem agora, certo?
-Não tudo. – Ela encarou o anjo, deixando transparecer seu semblante de preocupação. – Prevejo problemas aproximando-se, Hector. Afinal, nosso relacionamento gerará confrontos e rivalidades, além de repreensões e advertências. Para todos os efeitos, eu continuo sendo uma vampira, e você, um anjo.
-Eu sei. – Ele suspirou. – Mas regras foram feitas para serem burladas. – Hector abriu um descarado sorriso de lado.
-O que estás pensando? – Rose questionou, erguendo as sobrancelhas.
-Você verá.
O amor nasce de forma imprevisível e surpreendente, não importa de quem se trata... se for verdadeiro, pode quebrar barreiras e superar obstáculos.
By: Valéria c.
1 comentários:
este eh o ultimo capitulo do contos de russemontes? =(
pq vc naum faz uma continuação?tavah legal eu queria ver o q aconteceria com o Hector e com a Rose.=[
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